Geofísicos se surpreendem com deslocamento acentuado dos pólos magnéticos da Terra
Na revista Scientific American do mês de Janeiro desse ano (2009) foi publicada uma Nota sobre a mudança dos pólos:
(...) Dados recentes sobre o deslocamento do pólo magnético ártico revelam que esse ponto viajou mais de 102 km no período de 1973 a 1984 e 150 km no período de 1984 a a1994, indo do norte do Canadá em direção a Sibéria. No entanto, o caminho que o pólo magnético antártico segue é o que mais intriga os especialistas. Desde 1885 esse pólo já viajou mais de mil quilômetros em direção ao oceano Indico.
(...) Pesquisadores relatam que a velocidade de deslocamento do pólo magnético norte duplicou nos últimos 30 anos. (...)
(...) Apesar de intrigante , essa aceleração não alarma. Os especialistas são unânimes em afirmar que o processo atual exibe exatamente o mesmo comportamento observado em paleoinversões anteriores do campo geomagnético. Os pesquisadores acreditam que o campo magnético terrestre é mantido graças a um processo auto-sustentado, conhecido como geodínamo, no qual a energia cinética de movimento convectivo do núcleo líquido é convertida em energia magnética.
Como não é possível penetrar as profundezas da Terra para observar o processo in loco, foram desenvolvidos sofisticados modelos computacionais para simular as configurações do campo e suas inversões. Analisando esses modelos, os cientistas descobriram que os novos campos magnéticos gerados pelo geodínamo normalmente se alinham na direção do campo existente, mas de vez em quando, perturbações distorcem o campo criando pequenas instabilidades. Se essas instabilidades assumirem proporções globais poderá ocorrer uma inversão de polaridades. (...)
Na nota também é informado que não há registros de inversões nos últimos 780 mil anos mas que estudos indicam que nos últimos 10 milhões de anos aconteceram inversões dos pólos a cada 200 mil anos e que estamos numa era que está sendo incomumente estável, o que significa que uma inversão não é descartada.
Também alertam dizendo que uma inversão não irá ocorrer repentinamente , que as inversões ocorrem em escalas de tempo geológico, medido em eras.
Fonte: revista Scientific American - Edição Janeiro 2009 n° 80
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